quinta-feira, 9 de junho de 2011

Energias Renováveis

Introdução



O Homem teve a necessidade de encontrar energias alternativas a aquelas que são esgotáveis para suprimir as suas necessidades e eliminar os problemas ambientais. Das alternativas possíveis são a Energia Eólica, energia Solar, energia Geotérmica, energia das marés, energia Hidrológica e a energia da Biomassa.

As fontes de energia estão ligadas ao tipo de economia: quanto mais industrializada ela for, maior será o uso de energia.





Energias renováveis



Diz-se que uma fonte de energia é renovável quando não é possível estabelecer um fim temporal para a sua utilização. É o caso do calor emitido pelo sol, da existência do vento, das marés ou dos cursos de água. As energias renováveis são virtualmente inesgotáveis, mas limitadas em termos da quantidade de energia que é possível extrair em cada momento.

As principais vantagens resultantes da sua utilização consistem no facto de não serem poluentes e poderem ser exploradas localmente. A utilização da maior parte das energias renováveis não conduz à emissão de gases com efeito de estufa. A única excepção é a biomassa, uma vez que há queima de resíduos orgânicos, para obter energia, o que origina dióxido de enxofre e óxidos de azoto.

A exploração local das energias renováveis contribui para reduzir a necessidade de importação de energia, ou seja, atenua a dependência energética relativamente aos países produtores de petróleo e gás natural.

As fontes de energia renováveis ainda são pouco utilizadas devido aos custos de instalação, à inexistência de tecnologias e redes de distribuição experimentadas e, em geral, ao desconhecimento e falta de sensibilização para o assunto por parte dos consumidores e dos municípios.

Ao ritmo que cresce o consumo dos combustíveis fósseis, e tendo em conta que se prevê um aumento ainda maior a curto/médio prazo, colocam-se dois importantes problemas: questões de ordem ambiental e o facto dos recursos energéticos fósseis serem finitos, ou seja, esgotáveis. As fontes de energia renováveis surgem como uma alternativa ou complemento às convencionais. Num país como Portugal, que não dispõe de recursos energéticos fósseis, o aproveitamento das fontes de energia renováveis deveria ser um dos objectivos primordiais da política energética nacional.





Vários tipos de recursos energéticos renováveis



Energia Eólica

Os últimos desenvolvimentos na tecnologia de produção das turbinas fez com que a produção de energia eólica se tornasse muito mais eficiente e competitiva com as formas tradicionais de produção de energia.





Energia Solar

Este tipo de energia utiliza a luz solar para produzir electricidade. É frequente em calculadoras ou iluminação de jardins e apesar de ainda não ser utilizada para a produção de grandes quantidades de electricidade industrial, a eficiência e os custos da sua utilização têm-se reduzido drasticamente e as áreas onde se utiliza energia solar estão a aumentar rapidamente.





Energia Geotérmica

Esta energia é produzida através do calor produzido por baixo da superfície terrestre.





Energia das Marés

A utilização da força das ondas e das marés poderá vir a ser uma das melhores formas de produzir energias limpas. Já existe uma unidade em França a funcionar de forma produtiva há alguns anos e nos EUA e nas Escócia têm sido feitos investimentos importantes nesta forma de energia. A deterioração dos materiais pela exposição à agua salgada do mar tem sido um problema que tem sido resolvido através da introdução de novos materiais.





Energia Hidrológica

Esta energia também utiliza recursos hídricos, mas não pode ser utilizada de forma massificada devido a exigências geográficas elevadas.





Energia de Biomassa

A energia de biomassa reveste-se de formas variadas, sendo as mais frequentes o ethanol produzido através de produtos agrícolas e o biodiesel produzido a partir da planta da oliveira. Apesar de alguns resultados promissores este tipo de energia ainda está numa fase de experimentalismo e não existem garantias que se possa vir a tornar numa importante forma de produção de energia.







Vantagens e Desvantagens das Energias Renováveis



As vantagens das Energia Renováveis são:



§ Podem ser consideradas inesgotáveis à escala humana.

§ Permitem reduzir significativamente as emissões de CO2.

§ Reduzem a dependência energética da nossa sociedade face aos combustíveis fósseis.

§ Conduzem à investigação em novas tecnologias que permitam melhor eficiência energética.



As desvantagens das Energias Renováveis são:



§ Algumas têm custos elevados na sua implementação, devido ao fraco investimento neste tipo de energia.

§ Podem causar impactos visuais negativos no meio ambiente.

§ Pode gerar-se algum ruído, no caso da exploração de alguns recursos energéticos renováveis.





As várias Energias do oceano



Têm sido associadas aos oceanos diversas formas de energias potencialmente utilizáveis. Não serão aqui considerados os recursos energéticos abaixo do fundo (combustíveis fósseis) ou acima da água (energia eólica).

- Energia das marés: Tecnologia convencional, associada aos aproveitamentos hidroeléctricos de baixa queda e à construção de protecções costeiras e portuárias. A inexistência de condições naturais favoráveis (amplitudes de marés superiores a cerca de 5 metros) torna esta tecnologia pouco interessante em Portugal.

- Diferencial térmico (Ocean Thermal Energy Conversion ou OTEC): Potencialmente interessante em regiões costeiras com águas superficiais relativamente quentes (em média superiores a 25-28°). De interesse praticamente nulo em Portugal.

- Gradiente salino: Tecnologia em fase inicial de desenvolvimento, potencialmente importante se for bem sucedida. Desconhece-se qualquer actividade de I&D em Portugal. Pode justificar-se o acompanhamento do seu desenvolvimento.

- Correntes marítimas. Essencialmente as que são devidas à acção das marés, e atingem velocidades relativamente elevadas (até cerca de 2 m/s em média) em zonas confinadas (em grande parte dos casos estreitos formados por ilhas). Em Portugal, o recurso potencialmente utilizável é relativamente pequeno: apenas ocorrem velocidades minimamente interessantes em estuários, onde o aproveitamento desta energia pode ser ambientalmente sensível.

- Energia das ondas: A tecnologia (de energia dos oceanos) em que na última década mais se tem investido em termos de I&D, em especial na Europa e alguns outros países. As regiões costeiras portuguesas estão entre as que têm melhores condições naturais a nível europeu e mesmo mundial. Portugal conta-se entre os países pioneiros em I,D&D. Dois dos poucos protótipos de dimensão industrial estão em Portugal: um em fase inicial de operação (ilha do Pico) e outro em fase final de construção (Viana do Castelo). Genericamente, a tecnologia pode considerar-se em fase pré-comercial.





A tecnologia das Energias do oceano



A situação actual caracteriza-se por uma substancial variedade de dispositivos e métodos de extracção de energia das ondas, o que indica haver ainda um espaço relativamente amplo para desenvolvimento. Não se atingiu a situação de convergência para uma tecnologia dominante que caracteriza outras formas de energia mais convencionais (caso das turbinas de eixo horizontal para energia eólica). É possível que se venha a convergir para um pequeno número de soluções tecnológicas distintas, adequadas a situações diferentes (à semelhança dos vários tipos de turbinas hidráulicas apropriadas conforme a altura de queda).

Têm sido propostos diversos critérios para classificar os sistemas de extracção de energia das ondas. Por simplicidade consideram-se apenas aqui dois grupos:

- Sistemas na costa (ou próximos da costa). Estão normalmente localizados em águas pouco profundas (8-20 m), apoiados directamente na costa, ou próximos dela (possivelmente associados a obras de protecção costeira ou molhes portuários). São por vezes considerados de primeira geração, por serem praticamente os únicos que atingiram a fase de protótipo. O sistema de coluna de água oscilante é o tipo mais bem sucedido. A tecnologia envolvida é relativamente convencional. A peça de equipamento mais específica é uma turbina de ar que acciona um gerador eléctrico. A central da ilha do Pico é deste tipo, tal como a igualmente recente central da ilha de Islay (Escócia). Os problemas de transporte de energia para terra e de acesso para manutenção são de relativamente fácil resolução. Em contrapartida, a localização depende dum conjunto de factores geomorfológicos favoráveis na vizinhança imediata da costa, e os bons locais para construção não abundam.

- Sistemas em águas profundas (offshore) (normalmente em profundidades de 25-50 m), por vezes designados de segunda geração. Têm sido estudados dispositivos muito variados, sem que pareça ter surgido um tipo que domine os restantes como o mais vantajoso e promissor. Em geral o órgão principal é um corpo oscilante flutuante ou, mais raramente, totalmente submerso. O sistema de extracção de energia pode ainda utilizar a turbina de ar, ou equipamentos mais sofisticados (sistemas óleo-hidráulicos, motores eléctricos lineares, etc.). O sistema AWS, com tecnologia essencialmente holandesa, é um dos raros que atingiram a fase de construção de protótipo. Os sistemas offshore estão menos dependentes das condições de costa, e (em longas séries ao longo da costa) são os mais adequados para o aproveitamento da energia das ondas em grande escala. As dificuldades associadas à sua maior complexidade, transporte de energia para terra, amarração ao fundo e acesso para manutenção têm impedido que o seu grau de desenvolvimento atingisse o da coluna de água oscilante.

Uma boa eficiência de extracção de energia está associada condições de ressonância com as ondas, o que tem implicações sobre as dimensões máximas dos sistemas. Daqui resulta na prática que os sistemas (tal como na energia eólica) deverão ser modulares, com potências por unidade que não excedendo alguns megawatts, o que aponta para o fabrico em série.

Qualquer que seja a tecnologia utilizada, a variabilidade da potência produzida está dependente da variabilidade do próprio recurso energético (sazonal, e com o estado de mar), à semelhança do que sucede com a energia eólica. As flutuações associadas à escala de tempo do período da onda (cerca de 10 segundos) podem ser mais ou menos bem filtradas, conforme o sistema e a sua capacidade de armazenamento de energia (por exemplo num volante de inércia).

O impacto ambiental é variável conforme o tipo de sistema e, especialmente, a sua localização. Para os sistemas na costa o impacto é essencialmente visual. O principal impacto dos sistemas offshore está associado a interferências com a navegação e pesca. Nas explorações offshore em grande escala, é de prever alteração (embora provavelmente não muito significativa) do regime de agitação marítima que atinge a costa, com a consequente modificação do transporte de sedimentos. O impacto na vida marinha é provavelmente pouco significativo. Os sistemas de coluna de água oscilante, e outros utilizando turbina de ar, produzem ruído, que no entanto pode ser atenuado (se necessário) recorrendo a técnicas convencionais. Dum modo geral, a utilização da energia das ondas é uma tecnologia relativamente benigna do ponto de vista ambiental.





A situação das Energias do oceano em Portugal



As zonas costeiras portuguesas (em especial a costa ocidental do continente e as ilhas dos Açores) têm condições naturais entre as mais favoráveis em qualquer parte do mundo para o aproveitamento da energia das ondas: recurso abundante (cerca de 25-30 kW/m média anual), plataforma continental estreita (inexistente nos Açores) (ou seja águas profundas na proximidade da costa), consumo e rede eléctrica concentrados junto à costa do continente. A energia que chega à costa ocidental (500 km) é de cerca de 120 TWh/ano (em águas profundas). A conversão de apenas 1% desta energia em energia útil (substancialmente aquém do que é tecnicamente viável) produziria 1,2 TWh/ano, o que (para um factor de carga de 0,25) corresponderia a uma potência instalada de 550 MW. A contribuição dominante seria naturalmente de sistemas offshore.

Em termos de I&D, Portugal é um dos países pioneiros (actividade desde a década de setenta) e com maior impacto (por exemplo em termos número de publicações e de participação e coordenação de projectos europeus). Dos três grandes projectos europeus actuais com construção de protótipos, liderou um (ilha Pico) e participou nos outros dois (LIMPET, ilha de Islay, Escócia, e AWS, Viana do Castelo). Portugal liderou a elaboração do Atlas Europeu de Energia das Ondas, referente ao recurso em águas profundas (offshore), estando em fase de finalização o Atlas Nacional de Ondas que descreve o recurso junto à costa do continente.

A actividade e capacidade de I&D e a competência específica nesta área estão essencialmente concentrados no Instituto Superior Técnico e no INETI. O projecto do Pico permitiu às empresas nele participantes adquirir experiência neste domínio: EDP, EDA, EFACEC, Profabril.

Para além destas instituições, e numa perspectiva mais lata, existe substancial capacidade técnica em Portugal na área do mar, nomeadamente engenharia costeira, portuária e naval. A engenharia offshore é uma área de menor capacidade nacional (em comparação com alguns países do norte da Europa).

É de notar que se localizam em Portugal dois dos três protótipos recentemente construídos na Europa.





Conclusão



As energias renováveis poluem menos o ambiente do que as energias não renováveis, e são infinitas, assim, um dia que as energias não renováveis acabem, estas vão continuar a existir, substituindo as energias não renováveis, satisfazendo assim todas as nossas necessidades energéticas.

Podemos concluir então que as energias renováveis, mesmo tendo caras infra-estruturas, são uma grande aposta para o futuro.

Na minha opinião, o governo Português deveria investir mais nas energias renováveis, visto que Portugal possui muitas fontes.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Peça de Teatro

Nas últimas semanas temos vindo a ter ensaios no âmbito de representar uma peça que foi apresentada no dia 27 de Maio em Vila Cova
Deixo aqui um cheirinho do que foi    c(:



Untitled from leonogueira on Vimeo.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Biografia de Almeida Garrett

Escritor e Dramaturgo romântico, foi o proponente da edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e da criação do Conservatório.
Nasceu no Porto, em 4 de Fevereiro de 1799;
morreu em Lisboa em 9 de Dezembro de 1854.

Filho segundo do selador-mor da Alfândega do Porto, acompanhou a família quando esta se refugiou nos Açores, onde tinha propriedades, fugindo da segunda invasão francesa, realizada pelo exército comandado pelo marechal Soult que entrando em Portugal por Chaves se dirigiu para o Porto, ocupando-o.
Passou a adolescência na ilha Terceira, tendo sido destinado à vida eclesiástica, devendo entrar na Ordem de Cristo, por intercedência do tio paterno, Frei Alexandre da Sagarada Família, bispo de Malaca e depois de Angra.
Em 1816, tendo regressado a Portugal, inscreveu-se na Universidade, na Faculdade de Leis, sendo aí que entrou em contacto com os ideais liberais. Em Coimbra, organiza uma loja maçónica, que será frequentada por alunos da Universidade como  Manuel Passos. Em 1818, começa a usar o apelido Almeida Garrett, assim como toda a sua família.
Participa entusiasticamente na revolução de 1820, de que parece ter tido conhecimento atempado, como parece provar a poesia As férias, escrita em 1819. Enquanto dirigente estudantil e orador defende o vintismo com ardor escrevendo um Hino Patriótico recitado no Teatro de São João. Em 1821, funda a Sociedade dos Jardineiros, e volta aos Açores numa viagem de possível motivação maçónica. De regresso ao Continente, estabelece-se em Lisboa, onde continua a publicar escritos patrióticos. Concluindo a Licenciatura em Novembro deste ano.
Em Coimbra publica o poema libertino O Retrato de Vénus, que lhe vale ser acusado de materialista e ateu, assim como de «abuso da liberdade de imprensa», de que será absolvido em 1822. Torna-se secretário particular de Silva Carvalho, secretário de estado dos Negócios do Reino, ingressando em Agosto na respectiva secretaria, com o lugar de chefe de repartição da instrução pública. No fim do ano, em 11 de Novembro, casa com Luísa Midosi.
A Vilafrancada, o golpe militar de D. Miguel que, em 1823, acaba com a primeira experiência liberal em Portugal, leva-o para o exílio. Estabelece-se em Março de 1824 no Havre, cidade portuária francesa na foz do Sena, mas em Dezembro está desempregado, o que o leva a ir viver para Paris. Não lhe sendo permitido o regresso a Portugal, volta ao seu antigo emprego no Havre. Em 1826 está de volta a Paris, para ir trabalhar na livraria Aillaud. A mulher regressa a Portugal.
É amnistiado após a morte de D. João VI, regressando com os últimos emigrados, após a outorga da Carta Constitucional, reocupando em Agosto o seu lugar na Secretaria de Estado. Em Outubro começa a editar «O Português, diário político, literário e comercial», sendo preso em finais do ano seguinte. Libertado, volta ao exílio em Junho de 1828, devido ao restabelecimento do regime absoluto por D. Miguel. De 1828 a Dezembro de 1831 vive em Inglaterra, indo depois para França, onde se integra num batalhão de caçadores, e mais tarde, em 1832, para os Açores integrado na expedição comandada por D. Pedro IV. Nos Açores transfere-se para o corpo académico, sendo mais tarde chamado, por Mouzinho da Silveira, para a Secretaria de Estado do Reino.
Participa na expedição liberal que desembarca no Mindelo e ocupa o Porto em Julho de 1832. No Porto, é reintegrado como oficial na secretaria de estado do Reino, acumulando com o trabalho na comissão encarregada do projecto de criação do Códigos Criminal e Comercial. Em Novembro parte com Palmela para uma missão a várias cortes europeias, mas a missão é dissolvida em Janeiro e Almeida Garrett vence abandonado em Inglaterra, indo para Paris onde se encontra com a mulher. Só com a ocupação de Lisboa em Julho de 1833, consegue apoio para o seu regresso, que acontece em Outubro. Em Novembro é nomeado secretário da comissão de reforma geral dos estudos. Em Fevereiro do ano seguinte é nomeado cônsul-geral e encarregado de negócios na Bélgica, onde chega em Junho, mas é de novo abandonado pelo governo. Regressa a Portugal em princípios de 1835, regressando ao seu posto em Maio. Estava em Paris, em tratamento, quando foi substituído sem aviso prévio na embaixada belga. Nomeado embaixador na Dinamarca, é demitido antes mesmo de abandonar a Bélgica.
Estes sucessivos abandonos por parte dos governos cartistas, levam-no a envolver-se com o Setembrismo, dando assim origem à sua carreira parlamentar. Logo em 28 de Setembro de 1836 é incumbido de apresentar uma proposta para o teatro nacional, o que faz propondo a organização de uma Inspecção-Geral dos Teatros, a edificação do Teatro D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática. Os anos de 1837 e 1838, são preenchidos nas discussões políticas que levarão à aprovação da Constituição de 1838, e na renovação do teatro nacional.
Em 20 de Dezembro é nomeado cronista-mor do Reino, organizando logo no princípio de 1839 um curso de leituras públicas de História. No ano seguinte o curso versa a «história política, literária e científica de Portugal no século XVI».
Em 15 de Julho de 1841 ataca violentamente o ministro António José d'Ávila, num discurso a propósito da Lei da Décima, o que implica a sua passagem para a oposição, e o leva à demissão de todos os seus cargos públicos. Em 1842, opõem-se à restauração da Carta proclamada no Porto por Costa Cabral. Eleito deputado nas eleições para a nova Câmara dos Deputados cartista, recusa qualquer nomeação para as comissões parlamentares, como toda a esquerda parlamentar. No ano seguinte ataca violentamente o governo cabralista, que compara ao absolutista.
É neste ano de 1843 que começou a publicar, na Revista Universal Lisbonense, as Viagens na Minha Terra, descrevendo a viagem ao vale de Santarém começada em 17 de Julho. Anteriormente, em 6 de Maio, tinha lido no Conservatório Nacional uma memória em que apresentou a peça de teatro Frei Luís de Sousa, fazendo a primeira leitura do drama.
Continuando a sua oposição ao Cabralismo, participa na Associação Eleitoral, dirigida por Sá da Bandeira, assim como nas eleições de 1845, onde foi um dos 15 membros da minoria da oposição na nova Câmara. Em 17 de Janeiro de 1846, proferiu um discurso em que considerava a minoria como representante da «grande nação dos oprimidos», pedido em 7 de Maio a demissão do governo, e em Junho a convocação de novas Cortes.
Com o despoletar da revolução da Maria da Fonte, e da Guerra Civil da Patuleia, Almeida Garrett que apoia o movimento, tem que passar a andar escondido, reaparecendo em Junho, com a assinatura da Convenção do Gramido.
Com a vitória cartista e o regresso de Costa Cabral ao governo, Almeida Garrett é afastado da vida política, até 1852. Em 1849, passa uma breve temporada em casa de Alexandre Herculano, na Ajuda. Em 1850, subscreve com mais de 50 outras personalidades um Protesto contra a Proposta sobre a Liberdade de Imprensa, mais conhecida por «lei das rolhas». Costa Cabral nomeia-o, em Dezembro,  para a comissão do monumento a D. Pedro IV
Com o fim do Cabralismo e o começo da Regeneração,  em 1851, Almeida Garrett é consagrado oficialmente. É nomeado sucessivamente para a redacção das instruções ao projecto da lei eleitoral, como plenipotenciário nas negociações com a Santa Sé, para a comissão de reforma da Academia das Ciências, vogal na comissão das bases da lei eleitoral, e na comissão de reorganização dos serviços públicos, para além de vogal do Conselho Ultramarino, e de estar encarregado da redacção do que irá ser o  Acto  Adicional à Carta. Em 25 de Junho é agraciado com o título de Visconde, em duas vidas.
Em 1852 é eleito novamente deputado, e de 4 a 17 de Agosto será ministro dos Negócios Estrangeiros. A sua última intervenção no Parlamento será  em Março de 1854 em ataca o governo na pessoa de Rodrigo de Fonseca Magalhães.
Morre devido a um cancro de origem hepática, tendo sido sepultado no Cemitério dos Prazeres

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Gata Borralheira de Sophia De Mello Breyner Andresen


 

cinderela1.gif            Com algumas semelhanças ao conto tradicional, este fala no primeiro baile de uma rapariga cujo nome é Lúcia. Esta foi com a sua tia/madrinha para o baile, numa mansão cor-de-rosa, na primeira noite de Junho, mas apresentou-se com um vestido lilás, horroroso. Esta usava também uns sapatos rotos, velhos e azuis. Durante a festa, foi colocada de parte por todos, sentindo-se gozada. Então, durante a noite, ela olha-se no espelho, sentindo-se "afogada boiando numa água sinistra", encontra uma rapariga, de certa forma, misteriosa, que a faz tentar ver que os espelhos são como as pessoas "más", que não diziam a verdade.
Mais tarde, um rapaz dança com ela e, também um tanto misterioso, lhe diz que, noites como aquelas escondiam uma "angustia" por entre os brilhos, cores e perfumes... Durante a dança, um dos sapatos velhos caí-lhe do pé! E ela nada disse, não se acusou. No final da noite, numa sala coberta de espelhos, esta promete a si mesma que vai mudar a sua vida. Passados vinte anos, ela volta à tal mansão, rica, bonita e poderosa. Sim, tinha mesmo mudado, a sua vida.
Voltou à tal sala de espelhos, onde, como que por magia, a imagem reflectida não foi o seu novo vestido, mas sim o antigo lilás. No momento de pavor, entrou um homem na sala, dizendo ser o "outro caminho". O caminho que ela escolheu há vinte anos atrás. E, como pagamento, queria o seu sapato do pé esquerdo que, desta vez, era forrado a diamantes. Ele, como troca, entregou-lhe o antigo sapato roto. Ela não se conseguiu mover. Este tirou o sapato. Na manhã seguinte, Lúcia havia sido encontrada morta na mesma sala. Nunca houve explicação para o facto de se encontrar um sapato roto no seu pé.
De uma leitura simples, mas profunda, História da Gata Borralheira por Sophia de Mello Breyner fala-nos de que, nem sempre a riqueza é o melhor caminho e que as coisas podem nem sempre correr bem. Um conto de fadas "mais realista", com um final infeliz.

 

Vista De Estudo



No dia 17 de Fevereiro fomos assistir a uma peça chamada "Falar verdade a mentir" no Teatro "Companhia O Sonho"no Porto

A 


Fomos também visitar a Nau Quinhentista e o museu de construção naval em Vila do Conde
No projecto de recuperação da Alfândega Régia e do Museu dedicado à tradição da Construção Naval em Vila do Conde, é um precioso complemento a construção da réplica de uma Nau. Para além de um importante elemento de atracção turística e lúdica, tem uma função pedagógica, pois, construída com o maior respeito pelas investigações científicas da responsabilidade do Almirante Rogério de Oliveira, incorpora o saber ancestral dos carpinteiros e calafates dos estaleiros vilacondenses. 

No projecto de recuperação da Alfândega Régia e do Museu dedicado à tradição da Construção Naval em Vila do Conde, é um precioso complemento a construção da réplica de uma Nau. Para além de um importante elemento de atracção turística e lúdica, tem uma função pedagógica, pois, construída com o maior respeito pelas investigações científicas da responsabilidade do Almirante Rogério de Oliveira, incorpora o saber ancestral dos carpinteiros e calafates dos estaleiros vilacondenses. 

A nau portuguesa do século XVI era um navio redondo, de alto bordo, com uma relação de 3:1 entre o comprimento e a largura máxima, três ou quatro cobertas, castelos de popa e de proa, com três e dois pavimentos, respectivamente, cuja arquitectura se integra perfeitamente no casco; arvorava três mastros, o grande e o traquete com pano redondo, e o da mezena com pano latino. 

A nau, assim concebida, satisfazia uma maior necessidade de capacidade de carga do que a conhecida até então nas navegações portuguesas. As viagens para a Índia eram tão longas, que forçavam os navios ao transporte de grande quantidade de alimentos sólidos e líquidos para o sustento da tripulação, tanto mais que a rota impunha longos períodos de navegação sem se ver a costa ou quaisquer pontos de apoio. Acrescia o factor comercial: o comércio das especiarias implicava o transporte de uma carga valiosa, mas volumosa, que requeria espaços adequados para o seu acondicionamento. A tudo respondia a nau, com o seu casco bojudo, e ampla capacidade de acomodação. 

A fim de mostrar a complexidade da organização das viagens, a Nau apresentará os camarotes do piloto e do cartógrafo, material cartográfico, instrumentos e técnicas de navegação, cozinha e despensa, procurando elucidar sobre a complexidade e as vicissitudes da vida a bordo. 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Gato malhado e a Andorinha Sinhá

Desde o início do 2 período que estamos a trabalhar a obra "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá" de Jorge Amado
Resumo-  O Tempo prometera a Manhã uma rosa azul se a história que ela lhe contasse fosse boa. Era uma história de amor entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.
          Gato Malhado era um gato já velho, mal-humorado e muito mau. Um dia, todos os animais do parque fugiram do gato mas uma jovem andorinha permaneceu num galho de uma árvore. Tiveram um pouco a conversar, ou melhor discutir.
          Desde ai, o Gato Malhado só pensava na Andorinha Sinhá e vice-versa. Numa manhã ele passeou pelo parque e os seus pés levaram-no até a casa da Andorinha. A partir daí todos os dias se encontravam para passear e conversar. Já no fim do Verão, o Gato disse a Andorinha que até casava com ela, ao qual ela respondeu que andorinhas não se casavam com gatos. Depois disso, a Andorinha andou desaparecida.
          Andou pela boca dos animais um boato que a Andorinha namorava com o Gato, e todos criticavam ambos.
          Algum tempo mais tarde, já no Outono, o Gato soube que a Andorinha estava de casamento marcado com o Rouxinol,  muito amigo dela. Desde então, o Gato Malhado, passou a andar triste e mal-humorado para todos.
          Revoltado, o Gato matou alguns dos animais que começaram com os boatos.
          Já no Inverno, ocorreu o casamento do Rouxinol com a Andorinha Sinhá. Era tanta a tristeza do Gato Malhado, que ele decidiu caminhar até ao Fim do Mundo. Este viu a Andorinha, pela última vez no casamento, ela também o viu. Na cara dela via-se também tristeza, pois gostara também do Gato, mas fora obrigada a casar com o Rouxinol.
         A Andorinha Sinhá deixou cair uma pétala de rosa do seu buquê sobre Gato, a qual ele colocou  no peito, parecendo uma gota de sangue.
         Quando o gato saiu de lá, a pétala brilhou e encaminhou-o até ao Fim do Mundo.
         Assim, a Manhã recebeu a rosa azul do Tem

Bullying

Bullying é a prática repetitiva de violência física ou psicológica de um grupo de alunos contra uma única vítima ou um grupo pequeno de vítimas.
O bullying pode ser do tipo verbal, quando os agressores utilizam apelidos constrangedores, espalham calúnias ou fazem piadas com características físicas ou comportamentais da vítima.  Pode ser também do tipo físico, quando ocorrem agressões físicas repetitivas como tapas, chutes, empurrões, etc. Neste caso, ainda que as agressões não causem lesões graves, elas têm o intuito de humilhar a vítima, fazendo com que se sinta frágil e inferior.  Há ainda o bullying emocional quando, por meio de fofocas e mentiras, a vítima é colocada em situação constrangedora ou de exclusão social.  Também se fala muito no cyberbullying, quando a difamação e as ofensas são praticadas por meio da internet, em sites de relacionamento, por e-mail, etc.

Qualquer pessoa pode se lembrar de ter presenciado casos de bullying nas escolas em que estudou. Sempre existem alguns alunos que são ridicularizados por suas características físicas e/ou comportamentais. Muitos jovens participam sem ter muita percepção da gravidade do que estão fazendo.

O bullying tem muitas conseqüências negativas para o ambiente escolar, como o crescente desrespeito do grupo de agressores em relação aos professores e materiais da escola; a dificuldade em trabalhar de forma coletiva e coesa com a turma de alunos; e o clima de insegurança e medo.

Para ajudar a combater a prática de bullying, o professor deve estar sempre atento para detectar indícios de que tal prática possa estar ocorrendo. Caso perceba isso, deve apoiar as vítimas para que denunciem os abusos sofridos, além de repreender e penalizar os agressores. Por outro lado, o professor também deve trabalhar em sala sobre as diferenças que existem entre as pessoas, desenvolvendo nos alunos valores como a compreensão e o respeito. Esse tipo de trabalho serve também para ajudar os alunos a desenvolverem sua auto-estima e sua estrutura emocional, o que os deixa menos vulneráveis ao bullying.